
SOLTEIROS DE 40 ANOS – SERÃO OS ÚLTIMOS ROMÂNTICOS?
Essa eu li em um artigo de alguém conhecido e fiquei encucada.
O argumento dele: o homem é um ser muito mais romântico que a mulher.
O homem quando bate o olho na mulher da vida dele, é isso. Ele vai atrás, ele tem atitude, e é ela.
A mulher, por outro lado, escolhe geralmente a melhor opção. Tanto que o coração dela já se apaixonou aos 15 anos, aos 18, aos 20, aos 25 e por aí vai. Ela se adapta ao parceiro. Talvez um não seja o melhor cara na cama, outro não seja o mais carinhoso que entende tudo dela, mas a verdade é que a mulher escolhe a melhor opção, no momento. Está na hora de casar e ter os filhos, então escolhe o cara que é mais boa gente, mais ponta firme,e se possível com os predicados: fiel, saudável, com boa condição financeira, e se possível, bonito.
A principio, a entidade feminista que habita em mim, deu um grito, ofendida com essa afirmação.
Depois, passei a coletar os casos em minha vida de amigos e amigas minhas que se casaram.
Meu irmão, os irmãos de minhas amigas, alguns primos, meu pai, alguns amigos. Quando eles decidiram que queriam juntar os trapinhos e dividir a vida com alguém, não levou mais do que 1 ano a busca. Nenhum deles são príncipes encantados , belíssimos (a não ser meu papis), e acharam rapidamente sua cara metade. Não foi de achar simplesmente uma moça bonitinha e bonzinha. Eles se apaixonaram mesmo. Decididos que aquela mulher era a mulher da vida deles.
Minhas amigas? Quase todas casaram com a melhor opção que tinham em mãos. Aquele velho ditado que quem escolhe muito, é escolhida. Passaram por maus bocados com relacionamentos anteriores, se apaixonaram por homens que não consideravam elas como as the one. Para elas, todos eles eram o the one, em diferentes épocas.
Daí conheceram um moço que se encantaram por ela. Estavam beirando os 30, 40 anos, e queriam formar uma família. Alguns, não tinham a beleza física que elas apreciavam. Outros, não tinham a vibe empreendedora e bem sucedida de seus amantes anteriores. Outros, não tinham simplesmente a química que faziam elas terem as borboletas no estômago.
Mas eram os caras parceiros, para a vida. E estão juntos até hoje, provavelmente, para até o fim dos dias.
E quanto as mulheres, solteiras, de 40 e tantos anos, sem filhos? Será que isso vale para elas também?
Certa vez, recebi uma mensagem de um leitor que estava destilando sua raiva. Quando escrevi o texto “a dura década de falta de homens”, que foi mais em tom de deboche e comédia, ele rebateu dizendo que nós, quarentonas, escolhemos demais, fomos chatinhas demais e ficamos agora para a titia, como minha mãe dizia.
Talvez sejamos isso mesmo. Assim como os homens de maneira geral, não vamos atracar nosso burrinho em alguém senão fizer um sentido positivo para nossas vidas.
Despidas da necessidade de ter um parceiro estável e parça para a criação de filhos, resta realmente o bem estar da vida.
Tem uma parcela de nós, mulheres, bem grande, que precisa sempre estar com alguém, e não é o cara que te faz borboletas no estômago. E tá tudo certo.
E tem uma parcela, e acho que me incluo nessa, de seres humanos (homens e mulheres e adjacências) que estão abertos para uma companhia bacana, gostosa, quiçá um grande amor, mas ainda não apareceu.
Me dá uma crise de riso quando eu vejo as amigas casadas me dizendo que eu tenho armadura de ferro que repele os pretendentes, e não é essa a realidade. Simplesmente não veio nenhum match ainda de um ser interessante que me faça querer algo mais sério. Veja bem: ninguém aqui está pedindo um ser milionário, com cara de príncipe de conto de fadas, ultra bem sucedido.
Assim como de inúmeras amigas minhas, que chegaram aos 40 anos com certa independência financeira e emocional, e por leis da vida, acabaram não tendo filhos.
Por isso, e isso vale para os homens solteiros também, só vamos atrás de um relacionamento sréio se a pessoa pretendida for a the one, aquela que faz a gente perder o sono e cria nossas borboletinhas no estômago? Muito mais do que chamar de mozão no instagram e cobrir os eventos de família?
Será que nós, os novos quarentões, somos os últimos românticos?
Acredito que sim. Beijo no coração de vocês.