
Este ano, após consecutivas viagens em família, eu me permiti reservar uma semana nos Estados Unidos sozinha. Viajei para destinos fáceis, que já conheço e já sei como funciona o transporte e locomoção.
3 dias em Nova York e 4 em Las Vegas.
Nova York já contei em outro post como foi e quero deixar minhas impressões, como mulher solteira e quase cinquentona em Las Vegas.
ACHEI O MÁXIMOOOO BICHO!
Diga-se de passagem: eu não uso drogas. Nem maconha. Nem cigarro de palha. Não posso mais sair bebendo loucamente, porque já me dá azia. Tenho pena da cotação do dólar e só joguei na maquininha de caça niqueis um único dia, por 15 minutos.
Então, o que tem para uma mulher sozinha fazer em Vegas, se é panda e não gosta de dar a periquita para qualquer um, não bebe, não fuma, não joga?
Vivi intensamente. E tá tudo bem.
Primeiro, achei Vegas uma cidade mais barata que Nova York , para custos básicos. A diária do hotel Planet Hollywood (não é luxuoso, mas achei limpo e super bem localizado, bem no meio da Strip, na frente do Bellagio ) me custou 800 reais, o que é uma pechincha quando se fala de hotéis nos ESTADOS UNIDOS. Vale lembra r que a diária de sábado e sexta são 4 vezes mais caras que as diárias de dia de semana. Ou seja, se você não faz questão de baladas (que são mais comuns de quinta a sábado), vá de dia de semana e economize um bocado.
O Aeroporto é colado na cidade , o que significa só 15 dolares de uber até seu hotel. Por 20 dólares, você tem um passe de ônibus que te leva para todos os lugares por 3 dias (existe um ônibus chamado Deuce, dois andares, que percorre a Strip Inteira, e é suficiente para você ver os principais pontos turísticos e hotéis de Vegas).
Segundo, eu adoro uma cidade que você faz muita coisa a pé. Nos Estados Unidos, não são todas. Acho que Nova York é uma delas, e Las Vegas também. E lá tem uma particuliaridade que eu acho o máximo: por conta de todos os hotéis de lá serem uma atração, e ter cassino, todos têm entrada liberada para não hóspedes para as áreas públicas e sociais (exceto piscinas).
Ou seja, você pode estar hospedada no Motel 6 ou no Holiday Inn que custa 300 reais a diária, e visitar o Wynn, que chega a custar mais de 2000 dólares a diária de uma suíte.
E eu pelo menos acho divertidíssimo e interessante visitar todos os hotéis. Seja pela chiqueteza toda (Wynn, Bellagio, Four Seasons), pela imponência (Aria, Hilton Resorts World, Fontanebleau, MGM, Cosmopolitan), ou até pela nostalgia brega e exagerada, fake, mas divertida demais (Caesars, Venetian, Excalibur, Luxor) e pelo saudosismo de décadas que não vivemos (Flamingo, os hotéis de Downtown, Circus Circus, Stratosphere).
Em todos, você encontrará restaurantes de renome . Aliás, você encontra em Vegas. Tudo que tem fila em NY você encontra em Vegas a vontade e em tamanhos extra large. Tem Momofuku Noodle Bar, tem Atelier do Joel Robouchon, tem Steakhouses de respeito (e carnes a partir de 150 dolares), tem aqueles buffets gigantes (nunca fui) e tem também praça da alimentação com coisas bacanas e superfaturadas (Tem Halal Guys até, custando o dobro que NY). Lá encontrei também o cronut, do Dominick Ansel um confeiteiro babado sucesso em NY, sem nenhuma fila e lugares para sentar, no Caesar. Tem uns 5 restaurantes ou mais do Gordon Ramsay com seu Sticky Toffee Pudding em todos eles.
E tem shake shack para os brazucas menos abastados como eu, e para bolsos ainda mais apertados, tem Panda Express (um chinês muito gostoso com pratos a 15 dolares que duram 3 dias se você tiver frigobar no hotel) e In-Out , uma hamburgueria muito famosa de Los Angeles (mas que me desculpe, não vale o hype, apenas é bem barato).
Meu dia típico era acordar, tomar um café gostoso em alguma lanchonete de hotel (ou no meu quarto mesmo, com as comidinhas compradas no Target), visitar os hotéis, comer em restaurantes gostosos, ir para Outlets (lá tem 2, que são facilmente acessados pelo Deuce), visitar atrações esquisitas , ir em shows (eu fui em 2 Circle Du Soleil espetaculares , o Ká e o Mystere, que valem cada centavo dos 100 dólares que paguei por ingresso), e… ir para a balada TODAS as noites. Sim, a panda acordou!
Descobri que em Vegas existe balada de segunda a segunda. Claro que as de sexta e sábado são mais concorridas, mas todas são baladas de respeito! Paga-se de 20 a 25 reais por ingresso (e cuidado, as bebidas lá são bem caras. 15 dolares a cerveja e 25 os drinks bem aguados), mas que baladas, minha gente! Para quem viveu as épocas áureas de baladas na Franz Schulbert, na Vila Olimpia, era um prato cheio. As baladas ficam nos hotéis, e todas tem promoters, oferecendo ingressos e as vezes até entradas gratuitas. Sendo mulher e ainda sozinha, mais fácil ainda.
Fui no Hakkasan no MGM, na Marquee no Cosmopolitan, na Jewel no Aria, e no Omnia no Caesar. Todas lotadas, mas não hiperlotadas, cheio de gente bonita e bem vestida, os ambientes top, o pessoal que atende bacana (e não truculento que nem a Liv do Fontanebleau de Miami. Eu fiz amizade fácil com as pessoas que era m super de boa e estava lá felizes para se divertir.
Aliás, o clima em Vegas é de pura diversão. Todos na rua estão bebendo, rindo, em grupos, se divertindo. Em nenhum momento me senti ameaçada, e pude andar até de noite, livremente, sem ser importunada por alguém, voltando a pé da balada.
Existe drogas sim, e em mais de uma situação, me ofereceram. Isso me entristece, porque me faz lembrar que nos EUA as drogas são muito presente na vida deles.
Acho que 4 dias foram perfeitos em Vegas. Eu ficaria até mais, mas 4 dias foram suficientes para me divertir demais e voltar só o pó da rabiola para o Brasil. Voltei a ser xóven. Fui para a balada de sábado a quarta, fiz amizades, paquerei, comprinhas, comi de montão. Com a cabeça de 40 anos. Ô coisa boa!
Recomendo de montão para os quarenta solteiros como eu: vão lá sem medo de ser feliz, e para se divertir com algo leve, sem profundidade.