Dia desses, numa viagem interminável de avião, resolvi assistir Procurando Dory. O filme em si nem foi tão impactante assim, pois é a continuação do megassucesso Procurando Nemo da Disney-Pixar, ou seja, por si só já perdeu o encanto da novidade.
O que me chamou a atenção, e mais uma vez repito que todo momento é uma oportunidade de reavaliação pessoal e de sua vida, principalmente quando você está viajando e num momento ultra introspectivo, é que me identifiquei imensamente com a personagem título do filme, a tal peixinha Dory. Para quem não viu o filme, Dory tem um grande problema: possui perda recente de memória, então em questão de minutos ela não lembra de pessoas, conversas, dados, caminhos.
Então, a princípio, todos os peixes tentam se afastar dela, pois ô companhia mala, ter que ser um fardo para esta criatura. Mas aos poucos, ela começa a fazer amigos, e no desdobrar do filme, se revela com uma qualidade fantástica: de sempre ver uma solução e um lado positivo para todas as situações possíveis. Em vez de ficar parado lamentando e desesperado como o pai do Nemo, ela para, olha, e vê – o que posso fazer agora?
Para ela, não há o período de lamentação de conhecer pessoas erradas, ter seus problemas físicos de limitação (no caso dela, a perda de memória) e os imprevistos.
O que acontece, ela para, e ve o que vai fazer agora. E claro, sempre há uma solução, um tempo melhor do que o atual, que ela vai atrás e consegue reverter.
E digo que me identifiquei bastante com ela viu? Ok que não sou a maior mártir do mundo, nunca passei fome (a não ser em minhas temporadas em SPA) e nunca precisei me meter em carnês para pagar dívidas, mas tive minhas situações de perrengue, e nos últimos anos, tenho conseguido ter a atitude Dory: olhar pra frente e seguir.
Nos últimos anos, passei por um assalto traumático, que só me fez refletir a vida que levava, e precisava mudar. Despapeguei de alguns amigos, e refleti sobre minha postura e de como algumas pessoas realmente devem sair de sua vida para você ampliar seu leque.
Mesmo em situações corriqueiras, aprendi a lidar com o imprevisto e ter a mente clara para a solução. Em 2015, fiz uma viagem maravilhosa à Europa, e passei um perrengão daqueles: no dia de ir para o aeroporto para voltar ao Brasil, me deparei com uma greve de última hora dos funcionários de trem e metrô de Paris. Estava eu, no meio do trem, tranquilamente indo para o aeroporto, com 3 horas e meia de antecedência, quando de repente parou numa estação e não seguiu mais viagem. Fui para fora da estação, à procura de um táxi. Uma fila quilométrica! Uber, nem pensar. Faltando 1 hora e meia para o meu vôo não tive dúvidas: abordei o primeiro taxista acenando com uma nota de 50 euros, e fui direto para o aeroporto. Na hora nem pensei se era injusto a minha situação,se tive um azar daqueles. Eu podia escolher entre voltar para a fila, perder o vôo e chorar as pitangas, ou limpar a mente e agir como Dory: o que posso fazer agora?
Acho que nos meus 20 para 30 anos fui uma mulherzinha meio chata, sabe? Não sei se é porque tinha levado pouca porrada na vida, mas o fato é que eu lamentava por pouca coisa. Hoje, perto dos 41 anos, é preciso muita, muita coisa para me derrubar. E mesmo assim levanto, ando e sei que daqui a um tempo vou rir da situação. A amiga cancelou a balada? Faça sua festa de pijama, durma na sala e veja seu filme favorito. Tá chovendo na viagem? Entre em todas as lojas sem remorso de tempo perdido.
Mulheres, a vida é curta para muro de lamentações. Que possamos ser mais leves e mais cucas frescas como a Dory.
A vida não e curta – e que muitas vezes a gente mesmo faz as perguntas ? e não temos as respostas na maioria das vezes ! nos seres humanos somos iguais nao podemos fazer diferenças entre as mulheres e os homens somos todos lindos – parabens pelo o texto
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Obrigada!
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