Eu tenho como hobby além deste blog uma Confraria de Mulheres onde entre muitas rodadas de caipirinhas de caju e cervejas geladas me reúno com a mulherada para discutir temas pertinentes.
A última teve um tema bem polêmico: Mulheres que se competem no ambiente de trabalho.
Da minha experiência, a única vez que tive uma competição real no trabalho foi na época de estagiária. Depois, só foi alegria: a maioria das minhas experiências em trabalhar com mulheres foi muito boa, em particular uma ex chefe que me ensinou muito e me deu auto estima suficiente para bancar o que sou hoje.
Depois, todas foram contando suas experiências, e chegamos nas mesmas conclusões:
- quem te prejudicou não foi porque você era uma mulher: ela teria feito a mesma coisa se fosse um homem
- O preconceito vem de nós mesmas. Falamos que mulher fala demais, que não segura segredos, mas e os homens? Fazem a mesma coisa.
- Profissionais desonestos e ruins existem na mesma escala em mulheres e homens
Eu desafio qualquer mulher que diz que : “é terrível trabalhar com mulher porque elas são piores que os homens em vários quesitos” a me dar exemplos concretos que justifiquem esse temor todo. Geralmente é uma experiência ruim, e não várias, e por nosso próprio preconceito, a gente transforma isso em verdade.
Daí sempre vem uma espirita de porco que diz que tem mulher que não presta e quer te ferrar. Sim, tem. Mulher é humana. Homem também. Mas sempre acredito que a maioria do povo é bacana. Então temos sim que apostar em nós. Se der ruim, a gente volta e não apoia mais. Apenas aquela pessoa. Não um grupo de mulheres, que já ganha menos no mercado de trabalho, que já é uma minoria esmagadora na presidência das empresas, que sofrem com uma legislação retrógrada com gravidez e filhos.
Olha, eu não gosto de algumas militâncias extremas que acabam denegrindo a causa e CHATAS, para falar a verdade. Mas acho que neste caso, temos que ser chatas sim e chamar a atenção da amiga que prefere não contratar mulheres, que fala para todos que mulher é fofoqueira e instável, e que por talvez ser bem sucedida e ter um bom emprego, diz que a mulher que não consegue, coloca a culpa no tal machismo que que não é fator relevante.
Eu fiz o meu ninho, fui empresária, e vi nesses 20 anos de trajetoria de trabalho que o caminho poderia ter sido melhor, com mais apoio. E se eu, formada em escola e faculdade particular, nascida em bom berço, e não tive filhos, senti isso, imagine as mulheres cujos pais não tiveram a mesma oportunidade de dar esse conforto e educação de primeira?
Mulheres, temos que nos unir. Ser 3% da presidência de empresas (isso porque em quase todos os casos são as herdeiras) não é dado de orgulho. De novo, a culpa não é do homem. A culpa é nossa. Daí a mudança depende unicamente da gente. Beijo no Coração.
🙂
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