
Dentre as delícias de viajar sozinha, sem dúvida a minha preferida é fazer o que der na telha. Posso acordar a hora que quiser, comer o que quero (e quando), e 100% do precioso tempo e do preciosíssimo dinheiro que gastamos é totalmente para o que queremos fazer em viagens.
Claro que viajar com amigas, namorados, crushes e família é delícia. Mas se você tiver um mínimo de simancol, você vai dosar as suas vontades com a de sua partner de viagem. O impulso de mudar o roteiro, de fazer coisas loucas, é moderado. Não que seja coisas anormais, ou tanto bizarras. Coisas simples como de repente pular uma refeição, ou ficar de bobeira a manhã inteira na cama, não fazem parte de uma viagem em grupo.
Abaixo eu relembro 3 momentos que ficaram marcados para mim porque sim, estava sozinha viajando. Sinto muito se não há nada engrandecedor, altamente culto ou super bizarro e ousado. Mas para mim foi o máximo. Aqui é texto de verdade, minas. Sem floreio ou engajado para ganhar muitos likes. Apenas banalidades, deliciosas como a vida tem que ser às vezes.
- UM ANIVERSÁRIO SOZINHA (MAS NEM TANTO)
Em 2008, após uma amiga minha pular fora de uma viagem com 3 meses de planejamento, eu decidi encarar uma Eurotrip por conta própria. Não que tenha sido um super feito de aventura: fomos para países seguros (Holanda, República Tcheca e Alemanha) e eu já tinha reservado hotéis confortáveis. Mas era a minha primeira viagem ao exterior sozinha e em países que nunca tinha visitado antes.
Programei essa viagem como um presente para meu aniversário que é em final de setembro e no dia, estava chuvoso e feio em Amsterdam. Bateu aquela bad no início (não vou mentir) de estar passando o meu aniversário sozinha (quando gosto de celebrar com amigos e família, gosto sim de receber parabéns não nego). Mas logo pensei: estou em Amsterdam! Pára de manha!
Voltei pro meu hotel, me aprontei toda, tomei um longo banho relaxante e escolhi a roupa tomando uma champa no copo de escovar os dentes do hotel (sim, Veuve Clicquot não é um absurdo na Europa) e fiz um roteiro espetacular da noite: jantar num super restaurante da moda que por acaso é um dos meus apelidos (Momo) e esticar a noite numa das baladas mais recomendadas da cidade.
Reserva? Eu não tinha para nenhum dos lugares. Mas Amsterdam é acolhedor com os turistas desavisados e munida de uma boa cara de pau, alardeei que era sim meu aniversário. Me deram drinkes de cortesia, a melhor mesa para sentar, entrada na faixa.
O jantar foi mara. A balada nem tanto. Mulheres gigantes em seus vestidos micro e homens com jeito de gangster me fizeram ficar apenas 30 minutos lá. No caminho para o hotel, vi um PUB simpático. Daqueles sujinhos, que a entrada é de graça e cheio de turistas como eu. O lugar era tosco. Mas o holandês de 1,90 que eu conheci lá não… E sim, foi o melhor presente de aniversário que o universo poderia me dar naquela hora. Inesquecível
2) FUI EM TODAS AS DOCERIAS DE VENEZA
Eu sempre tive uma queda por comida que não considero muito normal.
Quando fui para Veneza novamente, fiz questão de procurar o lugar da pizza que tinha ido com minha mãe há uns 5 anos atrás.
Não lembro onde era, o nome da pizzaria, não tinha o nome do lugar nem como era a rua (aliás em Veneza todas as ruas parecem iguais) . Só sabia que era em Veneza e vendia pizza, daquelas individuais, napolitanas, só com tomate e queijo.
Adorei me perder naquele labirinto e entrei absolutamente em TODAS as docerias de Veneza. Honestamente, não gosto tanto assim de doces. Mas acho as vitrines e os formatos lindos e tenho a maior curiosidade de saber como eles são.
Basílica, museu, Piazza, Monumento? Já tinha visto em outra viagem, obrigada. Passeio de gôndola? Passei. Mas posso mapear todas as confeitarias de Veneza… e a Pizza? Ah, era isso que eu estava inicialmente procurando. Deixa pra lá.
- UM DIA EM BRUXELAS – DOCES E CERVEJA
E só.
Para falar que não foi só isso, eu fiz um city tour mequetrefe, visitei o museu da cidade (okizinho), fui ver o Manneken Pis (a estátua, que é minúscula, do bebê mijão), tudo isso em 2 horas. Eu tinha separado 1 dia e meio para aquela cidade.
Fiz a mesma coisa que em Veneza, só que dessa vez consumindo em todos os bares e chocolaterias.
Parava num bar. Tomava uma das 1000 cervejas belgas disponíveis nos menus. Entrava numa loja de chocolates. Comprava 3 bombons. Parava em outro bar. Tomava uma outra cerveja (admito: adorei aquela de framboesa). Outra loja de chocolate. Comprava mais um saquinho. E assim, foi…. até o dia seguinte.
E fui muito, muito, muito feliz.
Coisa besta? Talvez? Mas é a minha coisa, meninas. Ninguém me tira.