As pessoas dizem que Grupos de Whatsapp é uma grande perda de tempo, mas tem um grupo ou outro que coloca no chão esse conceito. Eu faço parte de um grupo chamado Gatas +40, que é basicamente composto pela mulherada acima dos quarenta, mas também tem mulherada dos 20, dos 30… Não fazemos discriminação etária lá, nosso coração é grande.
E olhe só: esse grupo se originou do Inner Circle, um aplicativo de paquera, que patrocinou alguns eventos presenciais. Não conseguimos nenhum bofe para chamar de nossos, mas fizemos alguns grupos bacanas como esse aí.
Devo dizer que na maioria das vezes eu tenho feito leitura dinâmica das várias mensagens diárias. Contudo, talvez por uma sorte do destino, hoje eu peguei mais tempo para ler as mensagens do dia, e me deparei com um texto maravilhoso postado por uma integrante do grupo.
O texto, publicado na Folha (não sou assinante, por isso olha a maravilha, se não fosse o grupo, talvez eu não tivesse conhecimento), é de autoria da Mirian Goldenberg e já amei o título:
“A REVOLUÇÃO DAS VELHAS RIDÍCULAS”
Quem puder leia. Deixarei o link abaixo.
Que texto incrível! Queria eu tê-lo escrito! Não vale apenas para as mulheres, e sim para os homens e demais gêneros. E não apenas para as quarentonas, os sessentões, os octagenários e centenários.
Vale também para quem puder compreender a beleza e sabedoria desse texto. E quanto mais cedo você compreender , mais bela será sua vida.
Realmente: quisera eu ter a sabedoria e ser quem eu sou hoje quando tinha meus 20 e poucos, 30 e poucos anos.
Precisei de uns 40 e tanto anos de vida, mais a morte de meu querido pai, para entender que ninguém fará uma contabilidade da sua vida a não ser você.
Os julgamentos, o medo de fazer algumas coisas porque não seria aceita, o fato de trabalhar de segunda a sexta (e sábados como eu fiz durante 25 anos) das 09 as 18 não te deixa um humano melhor. Talvez mais aceitável no padrão da sociedade.
Eu, como a escritora do texto, não casei, nem tive filhos. Quem vai cuidar de mim na velhice será eu mesma e meus amigos.
Aprendi duramente também que família não quer dizer tudo. Às Vezes você não vai criar vínculos com os entes que vão sobrar depois de seus pais, e está tudo bem. E você tem que se libertar e ir atrás de sua família, seja ela qual for.
Também aprendi a me afastar aos poucos de pessoas que embora no fundo queiram nosso bem (ou não) , não nos fazem bem e nos julgam por quem somos realmente. Querem nos fazer casar, ter filhos, adotar um, porque segundo eles, assim tem que ser a vida de uma mulher.
Também vale para os amigos que não fizeram uma economia nos seus 30 a 50 anos e estão agora, trabalhando para pagar as contas. Eu, graças a Deus e aos meus pais que me educaram financeiramente para sempre economizar mais do que ganho, tive meu misto de japonesa e judia que me fez economizar durante meus 30 e 40 anos e agora posso trabalhar eventualmente, como queiro, quando queiro, e por prazer.
Em um desses encontros mágicos, eu saí semana passada de uma consulta médica e resolvi conhecer uma perfumaria no Itaim. Me encantei por um lindo doguinho King Charles Cavalier e depois conversei com a dona. Temos a mesma idade, trabalhamos por anos em empresa grande dando um duro danado, e agora , em vez de pular para o próximo trabalho corporativo, porque não se jogar em algo que realmente queremos, talvez em um sabático pelo mundo, exercitando dons artísticos?
Quando fechei minha empresa em 2017 e passei a trabalhar por conta, com uma carga horária bem folgada, me culpava e recebia algumas indiretas de amigas minhas que precisam realmente trabalhar para pagar a escola dos filhos, o aluguel da casa. “É herdeira, trabalha de graça, finge que trabalha, só na vida boa”.
E realmente são amigas minhas. De anos. Só que elas tem a história delas e eu a minha. Demorei um tempo para assimilar que:
– Eu trabalhei sim durante uma grande parte da minha vida e economizei muito mais do que talvez até deveria, e mereço sim usufruir o que conquistei
– A vida é curta e podemos ir embora a qualquer momento. Meu pai descobriu um câncer em março e se foi em julho. A idéia não é sair gastando todo o patrimônio em 5 anos, calma. É você saber que pode aproveitar mais a vida.
Quem me conhece acha que eu só viajo e que faço o que bem entender. Vamos lá. Não é bem isso. Com 46 anos, eu ainda não fiz o que a maioria de meus amigos já fez: um sabático ou intercâmbio fora do Brasil. Mas o farei no futuro.
Estou aprendendo a me livrar das culpas, dos julgamentos, dos comentários alheios (e sabemos que o que mais fere são de pessoas próximas , como parentes e amigos).
Mas aprendi também com meu querido pai nas nossas últimas conversas no hospital, que raiva é ferramenta de otário. As pessoas têm as batalhas delas e você as suas. Não as culpe e se lamente porque elas são assim. Mas aprenda a filtrar e escutar o que realmente te importa e te faz crescer (esse é um tópico tão maravilhoso e importante que falarei mais sobre ele num futuro post).
Vou acabar esse texto por aqui, porque o texto de Mirian Goldenberg merece outros posts para reflexão. Mas minha dica: não se afaste das mídiais e dos grupos sociais. Tem muita coisa boa a ser compartilhada. Beijo no coração de vocês.