Minhas monas maravilhosas. Seja você solteira. Descasada. Casada. Mãe. Avó. Tenho um humilde conselho do fundo do coração para lhe dar. É o melhor que tenho dos meus 42 anos bem vividos.
VIAJE SOZINHA.
DE NOVO. VIAJE SOZINHA.
PARA NÃO ESQUECER: VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. V VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA. VIAJE SOZINHA.VIAJE SOZINHA.
Porque estou sendo tão pentelha aqui? é o conselho que tenho 100% de certeza.
Quem está acostumada a viajar sozinha, vai se identificar comigo.
Quem não viaja sozinha, não sabe o que está perdendo. Miga, conselho do fundo do coração: compre uma passagem agora e vai viajar sozinha. Ou leia os conselhos para iniciar essa maravilha no final deste texto.
Viajar sozinha é sinônimo de auto descoberta, auto controle, busca de sua alma, libertação total, soul searching, melhora de auto estima.
Ou no mínimo, você vai ter liberdade em ir em todas as lojas possíveis em vez de ficar vendo museus e pontos turísticos chatos para dedéu. Quem faz a viagem é você. Você não precisa fazer a culta que gosta de informações e passeios históricos, se não quiser. Quem dita a viagem é você e ninguém mais.
Eu digo que viajar sozinha mudou a minha vida, e como enxergo o mundo. Mudou também a forma como eu sou hoje e me dá esperança de monte para conhecer os lugares que ainda não visitei.
Tudo começou em 1995. Tinha acabado de fazer 18 anos, passei na faculdade, meus pais me deram uma viagem para Nova Iorque de presente, desde que fosse com uma amiga. Minha super amiga de colegial, que mantenho um grande laço de amizade até hoje, topou na hora. Meus pais estavam super preocupados com 2 japas desmioladas perdidas na Big Apple, mas resolveram rápido isso quando um casal de amigos deles também iam na mesma época. Ainda fomos de Soletur, aquela megaagência de viagens que tinha o pacotão com aéreo, hospedagem e translados. Lembre que em 1995, não tinha celular, whatsapp, internet ou wi-fi.
Então passei 5 dias maravilhosos com eles. Fomos em vários restaurantes bacanas, provamos comidinhas de rua, fizemos o circuito básico turístico Metropolitan, MOma, Empire State Building, Estátua, fomos em 2 peças de teatro, passamos um dia inteiro no Outlet.
No último dia, resolvi que ia sozinha perambular pela cidade. A família queria ir ver eletrônicos, minha amiga também. Eu queria ver outras coisas.
Nem contei para meus pais, mas fiz o último dia de Nova Iorque sozinha, leve e solta, que nem uma quenga perdida na cidade. E amei.
Tinha a meu favor o domínio do inglês por uma base forte no colegial. Estava mais familiarizada com o metrô, e sabia que com 100 dólares, se voltava facinho para o hotel de taxi.
Porque foi tão legal? Porque fiz tudo que me deu na telha.
Não fiz programas mirabolantes do tipo pegar um ônibus e visitar uma cidade vizinha. Nem me rendi a prazeres pseudo vergonhosos do tipo visitar um sex shop ou coisa do tipo. Não foi para isso que fui passar o dia sozinha, mas se fosse, e daí?
Eu simplesmente tinha tempo para mim mesma. Me virar no metro sem a ajuda ou palpite de ninguém. Então nesse dia comi só cachorro quente, porque gostei tanto e queria me fartar de comer. Comi aquele pretzel esquisito, que nem era tão bom assim. Entrei em absolutamente todas as lojas de Cremes e banho, como a Body Shop e Bath and Body Works. Verdade, acho que foram umas 10 lojas. Entrei em alguns restaurantes e cafeterias (não tinha Starbucks no Brasil na época) só para sentir a atmosfera, nem consumi nada. Voltei ao South Street Seaport que tinha gostado quando visitei no primeiro dia com a galera, comprei um saquinho de chocolates da Ghirardelli e fiquei nas escadas admirando o povo. Voltei feliz da vida e fui jantar com o meu pessoal, já com saudades.
Depois, as viagens sozinha cresceram. Fui encontrar minha amiga que estava fazendo um intercâmbio em Vancouver no Canadá, mas fiquei por conta vários dias, enquanto ela estava na aula. Em Tóquio, quando estive com meus pais, fiquei vários dias sozinha porque eles queriam fazer outros passeios.
Em 2008, fiz minha primeira grande viagem totalmente sozinha, para a Europa.Minha amiga teve um imprevisto (aka voltou para o namorado) e fui lá eu, de mala e cuia, sozinha.
Fiz Amsterdam, Praga, Berlim e Munique. Lá, encontrei algumas amigas que também estavam na Europa, mas em poucos dias.
Tive momentos memoráveis: encontrei um holandês lindo, totalmente boy magia, príncipe europeu no dia do meu aniversário. Me dei de presente um jantar num restaurante phynno, que por acaso se chama MOMO, e depois fui para a balada mais indicada da cidade. Só tinha homem velho e quenga nesse lugar. Deixei lá 70 euros de entrada, e fiquei apenas 15 minutos, o suficiente para sentir que não era minha praia lá. Fui terminar a noite num barzinho chinfrim da Leidsplein, e conheci o príncipe para coroar a noite.
Em Berlim, estoquei o frigobar do meu quarto com inúmeras cervejas belgas a menos de 2 euros a garrafa.
Em Praga, me emocionei com as paisagens locais e fiquei indo e voltando da Ponte Carlos umas 12 vezes.
Em Munique, resolvi que ia sair de noite só para tomar um chope na HofBrauhaus, encontrei um happy hour mega animado, e saí de la dançando waltz e quando o bar fechou, cheia de novos amigos.
Teve perrengues? Muuuitos.
Em Berlim, após umas 3 cervejinhas de estômago vazio, não lembrava o endereço do hotel e fique perambulando bêbada, num frio de lascar, por horas. Em Praga, fui a para a estação de trem errada e tive que correr como nunca na minha vida, com uma mala pesadona de 50 quilos para pegar a estação certa. Entrei no trem faltando 3 a 4 minutos.
Tudo acaba sendo mais caro também. Em Amsterdam, paguei 120 euros por um taxi até o aeroporto, porque a van que tinha reservado não apareceu na hora. Os hoteís então, nem se fala. Uma facada. Em euros.
Tive alguns momentos sozinha sim. Meio solitária. Vendo todo mundo em Amsterdam com seus barquinhos nos canais rindo em grupo e tomando cerveja. Quando fez uma puta chuva e vento, e me vi perambulando sem rumo. Pensei que talvez tinha que fazer mais amigos. Que arranjar um namorado. Adotar um cachorro.
Esses momentos sozinha são excelentes para você conversar com você mesma. Se auto Descobrir. Questionar a sua vida, ou se orgulhar dela.
Refletir sobre o relacionamento com algumas pessoas. Pensar sobre como você se comporta no dia a dia, se devia ser mais direta e agressiva, ou menos bruta. Pensar no trabalho. No futuro trabalho. Em futuras férias. Em novos hobbies.
E ter todo o tempo do mundo para você mesma. Sem horário com ninguém e mediar atividades do dia em grupo.
Após 3 dias de viagens intensos, acordando todo dia às 08 para aproveitar melhor, almoçando um lanche para render melhor o dia, visitando 3 museus para mostrar as pessoas que você aproveitou a viagem (ok, o Van Gogh foi realmente imperdível), eu me dei um dia de descanso. Acordei às 10:30 hs. Fui tomar um café milionário num lugar bacana perto do hotel, que perdurou até as 12:00, com direito a conversa com garçom magia.
Depois fui percorrer as lojinhas d e Joordam, o bairro hipster de Amsterdam. Fui conhecer um coffe shop e uma loja onde se vendia as coisas mais absurdas de drogas. Não consumi nada, fui para matar curiosidade. Depois comi no almoço panqueca com chocolate e 3 cervejas . Voltei. Dormi o resto da tarde inteira. Depois me arrumei e fui para o restaurante phyno, cheia de energia e pronta para os meus 32 anos.
Nessas viagens sozinhas, já fui pra praia sozinha após acabar o relacionamento com um boy nem tão magia assim. Fui para a Europa 1, 2 , 3 vezes mais, sozinha.
Meus amigos gentilmente me hospedaram em Nova Iorque em 2004, e enquanto eles trabalhavam de dia, eu ia flanar onde me desse na telha.
Sozinha, acabei descobrindo mais prazeres, como o da comida, de pesquisar empórios gastronômicos, de trazer na mala de viagem especiarias e comidinhas que só se encontram nesses lugares.
Sozinha, desenvolvi o prazer de contemplar paisagens, principalmente campestres e praianas, sem ter que ficar me comunicando com ninguém, e de explorar cantos escondidos e restaurantes minúsculos. Em Veneza entrei em todas as lojas de doces e especiarias, e fui em todas as vielas só pelo charme do lugar.
Sozinha, me obriguei a ser mais social, e a puxar papo com desconhecidos. E garanto que isso é o melhor treinamento para desinibição que você pode ter.
Também descobri que apesar de errar, você chega inteira aos lugares, e de volta ao seu país. Vi que sou capaz de me virar sozinha, mesmo em países onde o inglês não impera (nessas horas, criatividade, mímica e desenho vale de tudo)
E criei mais independência ao viajar. Se tiver companhia ok, mas se não tiver, eu vou assim mesmo. |Para outro continente, para outra cidade, para conhecer um bairro diferente dentro de São Paulo. E com o maior prazer.
Eu tenho várias amigas que são mega inteligentes e bem sucedidas. E no entanto, não têm coragem de ir a um restaurante da esquina sozinha. E ficam tristes porque muitas vezes não tem companhia para ir viajar ou em um lugar que elas querem muito ir. Ou pior, vão com companhias nem tão companheiras assim para evitar o rótulo de sozinhas.
Talvez por preguiça. Medo. Preconceito de pessoas sozinhas, de serem julgadas, principalmente.
Digo, migas: ninguém é melhor porque esta sozinha ou acompanhada. De repente a mina que está rodeada de amigos é uma psicopata insuportável e só foi chamada para o grupo porque insistiu muito ou é irmã de uma pessoa do grupo. E fica no celular o tempo inteiro e não confraterniza com ninguém.
E tem a mina que está sozinha num restaurante, pedindo prato principal, entrada e sobremesa, e vinho, e café, e não está nem aí. Recusou o convite para um boy magia negra que tá cagando e andando pra ela, ou de ir em um restaurante caído com amigos. Esta noite, pensa ela, é eu comigo mesma, acho que sou boa companhia.
E hoje está muito mais fácil, né miga? Zapzap e wifi pra não se sentir sozinha.
Treine. Vá para um restaurante, peça um prato. Drinks são ótima companhia. Use um caderninho para se fingir de intelectual e escreva seus insights. Leve uma revista. Se finja de turista, se precisar vestir a carapuça para criar coragem.
Claro, no início evite restaurantes tipo pizzaria e fondue, típicos de casais e grupos barulhentos.
Atitude é tudo. Converse com o garçom se ele der trela. Não se faça de piegas e ache que ele está conversando com você por pena. Se estiver, ok, mostre para ele que você é bem resolvida e queria hoje de qualquer jeito conhecer este restaurante. Ninguém vai ter pena de você. Se tiver, encare com bom humor e tire o preconceito dele. O espirito é esse, amiga: o que os outros pensam de você: NÃO É DA SUA CONTA.
Ah tem o celular. O Ipad. Finja que esta a trabalho. Converse com as pessoas.
Com o tempo, você não vai precisar de nenhuma máscara.
Tá, já treinou nos restaurantes. Experimente um final de semana na praia ou em algum lugar que você goste. Mato. Campo. Campos do Jordão. Juqueí. Maresias.
Até pegue uma passagem barata e vá para outra cidade. Se preferir, vá para o Nordeste. Eu fui para Morro de São Paulo, na Bahia, sozinha e foi uma das melhores viagens que fiz na vida. Porto Alegre foi um fds surpresa, agradável.
Se precisar, leve laptop, ipad com joguinhos, livros. Te garanto que com o tempo você não vai precisar mexer neles para passar o tempo.
Agora, as grandes viagens. Para o estrangeiro e avante. Se você tem o inglês, já tem quase o mundo nas mãos. Comece com uma viagem de 7 dias. Não desista, mesmo se tiver perrengues. Eu digo que nada é impossível ou trágico com um seguro de viagem, cartão de crédito, e 100 dolares guardados no bolso para emergência, e o telefone de algum porto seguro no Brasil.
Daí você vai ver que o mundo não é pequeno, pelo contrário, é ilimitado para sua imaginação.
Viajar sozinha não é apenas possibilidade de ir para lugares mesmo sem companhia. É libertação de paradigmas, é descoberta de você mesma.
Me prometam: comecem esse treinamento hoje. Agora!!!
VIAJEM SOZINHAS.
Tenho certeza absoluta que você me agradecerá depois!