Dia desses numa palestra de “fracassados da Internet”, em suma, corajosos empresários que expuseram seus negócios que não deram certo (ou cerca de 95% dos negócios), aprendi um termo bacana:
PIVOTAR
Muito comum usado entre os millenials e entedidos de tecnologia, o termo pivotar nada mais é do que:
– ABANDONAR
– DAR UM BASTA E PONTO FINAL.
– DEU RUIM. VAMOS MUDAR
– Mudar o negócio
– Desistir da idéia original
– Viu que não era bem aquilo e vamos seguir em frente
Termo bonito, né? A princípio eu achei a maior frescuragem dos millenials. Mais um termo chatinho para confundir a cabeça dos 40 mais e ainda complicar o entendimento de textos, com o único objetivo de deixar o papo somente entre eles.
Depois, eu vi como é bacana. PIVOTAR. É muito melhor do que fracassar, errar, abandonar.
E no final, eles estão certos. E nós muito a aprender com eles.
Porque a gente ainda condena quem fracassa. Quem erra, quem tenta, quem dá a cara para bater.
Quantos amigos nossos (e não digo inimigos, são amigos mesmo. Mas é da nossa geração de ter espelhado o fracasso alheio para ter nosso ego inflamado) tentaram investir em novos negócios, fazer um app bacana, abrir uma loja com novo conceito, tentar uma carreira no exterior (ou um relacionamento), ou ainda além, fazer uma carreira nova em um campo jamais imaginado por seus conhecidos?
E aguardávamos de camarote, com pipoquinha e amendoim na mão, o fracasso deles e o famoso retorno “com o rabo entre as pernas”?
Ah vai. Talvez a geração dos millenials não seja assim, mas eu você e a torcida do Corinthians, do Santos, do Palmeiras e do São Paulo éramos e ainda somos. Uma vergonha. De verdade. A gente não perdoa quem Pivota. Quem tenta, quem é ousado o bastante para arriscar.
Pensemos na amiga que foi atrás de um grande amor gringo nos EUA, na Noruega. Pensemos no colega que estava de saco cheio da carreira corporativa e investiu numa startup. Pense você no parente que abriu um comércio no início do ano.
Pensemos ainda naquele colega de trabalho que era super galanteador e alpinista social, mas decidiu investir numa carreira voltada para o espiritual. O que ouvi de piada e fofoca de tudo isso aí não estava no roteiro.
Pense agora: se você mesmo está em conflito com suas idéias e suas crenças, quem é você para julgar o outro?
Eu, dos meus 40 e tantos anos, estou em constante mutação e anualmente faço uma listinha de crenças que tirei e preconceitos que tenho que vencer.
Nem a mãe solteira de 4 filhos, nem o cara que saiu da pobreza extrema e virou rico, nem o estagiário que virou diretor tem tarimba para rotular os outros e suas ações. Quanto mais eu e você?
Acho que agora em época de Coronavírus e a maior crise mundial que está por vir, desde os nossos avós, nunca foi tão importante deixar a vaidade de lado e abraçar o termo PIVOTAR.
Pivotar na vida, nos relacionamentos, na carreira e nos negócios, se necessário.
Nâo é desistir com facilidade, pela fraqueza e pela falta de tentativas e sim pela coragem de mudar.
Eu tenho 3 grandes projetos pessoais que estão no banho maria há pelo menos uns bons 3 anos. Daí tive uma mentoria iluminada e que veio bem a calhar, sobre o porque eu estou procrastinando e empurrando estes projetos.
É um motivo só: o medo de pivotar.
Só que para muitos millenials, estes mesmos jovens que rimos de seus erros toscos de escrita, de sua incapacidade de concentração e lealdade corporativa, pivotar é necessário. Quem não pivota não vive, não cresce, não chega onde quer.
E eles estão nadando de braçada enquanto nós ficamos em nosso camarote emocional rindo dos fracassos alheios de hoje, que amanhã se tornarão muito mais fortes.
Como já disse, eu acho que haverá um progresso da Humanidade, em especial da minha geração. Em muitas áreas continuaremos a ser a mesma porcaria, mas em outras, haverá sim um crescimento. Que abandonemos esse camarote da pieguice e da falsa segurança.
Se permita Pivotar. E se te julgarem, tire-os de sua vida. Julgamento não paga suas contas nem corrige seus erros e suas atitudes, migos.
Bjos no coração de vocês.