
Tem um texto incrível do Adriano Silva, CEO e Founder do Projeto Draft, que te instiga a questionar a si próprio sobre o que está fazendo com sua vida.
Eu até salvei o texto para ler pelo menos uma vez por mês, e me forçar a questionar e a pensar sobre como estou lidando com a minha vida.
Quando adolescente, e como boa filha de pais capitalistas e de um pai que veio de uma família pobre e conseguiu subir na vida, o meu sonho era ganhar dinheiro, muito dinheiro, e ser reconhecida no trabalho, nas realizações profissionais.
Conforme os anos foram passando, as realizações vieram, tanto profissionais quanto financeiras. O primeiro carro, o primeiro apartamento, o primeiro investimento.
Hoje, com 43 anos, me questiono não só porque continuo a investir a maior parte do meu tempo num trabalho para ser remunerada financeiramente, como também questiono o meu tempo de lazer que venho tendo na pandemia.
De tempos em tempos (geralmente de 7 em 7 anos, e esse número é mágico), me dá uma inquietude, uma coceirinha na mão e no espírito para mudar o que estou fazendo, e como sou.
De repente, me dá um ranço de onde estou morando, até de pessoas com quem me relaciono, família, trabalho, minha aparência. Parece que estou desperdiçando meus “melhores anos”.
Essa inquietude e fogo no rabo dos tempos modernos de se afligir com a possível perda de seu tempo e sua vida talvez seja um dos grandes males da humanidade hoje.
Tem gente que não se inquieta. O importante é continuar a vida.
Eu, já não consigo. Achava que ia me aquietar quando fizesse 40 anos, mas vi que não é bem assim. O fogo no rabo continua.
E a pandemia vem nos dar um tapa na cara.
Explico: antes do confinamento, nossa vida era preenchida com encontros presenciais com amigos, reuniões, eventos mil, trabalho. A gente acordava, mal tempo tinha para o café, ficava o dia inteiro fora e voltava pra casa para tomar banho e dormir. Finais de semana e tempo livre eram preenchidos com viagens, programas culturais e idas gastronômicas.
Quanto tempo já não nos pegamos sonhando com um final de semana tranquilo em casa para arrumar as coisas e ler um livro?
Agora que temos esse tempo, nos desesperamos. Achamos que perdemos um ano precioso de nossas vidas, acho que perdi um ano precioso de meus 40 anos antes de vir os 50!
A gente queima tanta energia com a ansiedade de aproveitar nosso tempo e nossa juventude. Um ano sem ter ido viajar, conhecido um novo bofe, é um ano perdido.
Será?
Confesso que tenho gostado da Pandemia. De ter muito tempo para pensar em mim mesma, e do que acertei e errei até chegar aqui.
O mundo me espera assim que a pandemia acabar, e espero que acabe. Porque eu tenho sonhos mil e pretendo ser diferente a hora que puder sair de casa sem medo.
Tenho vontade de conhecer pessoas. De fazer amigos novos, de conhecer melhor aquela turminha que por ora são apenas encontros em bar, de conhecer um bofe novo e ter uma história legal com ele.
Enumerei algumas frases de impacto do texto:
– O recurso mais escasso que você tem na sua vida é a própria vida
– Saber recusar os convites errados é tão importante quanto saber aceitar, sem medo, os convites certos
– Ganhar menos trabalhando melhor e tendo tempo para você vale a pena
– Sustentar alguns itens no final não valem a pena
– A vida não pode ser uma escravidão autoimposta
– Por vezes, chame a si mesmo para uma conversa ao pé do ouvido
Outro dia, me peguei fazendo um mapa da minha vida desde os meus 30 até os 40 anos. Fiquei com orgulho. Ainda não sou o que quero ser, mas para alguém que era tímida e discreta (quase invisível nas turminhas) eu conquistei e enfrentei muito. Desfiz amizades. Conquistei outras. Saí de um relacionamento quanto este estava se tornando tóxico. Priorizei alguns laços familiares, fui atrás, e de outros, simplesmente me resiliei a deixar ir.
Acho que ainda preciso parar de minhocar sobre algumas coisas. Sobre muitas coisinhas. Hora de ler esse texto novamente. E recomendo altamente a leitura!