Posso falar que aos meus 44 anos, até agora, não a encontrei. Vocês já encontraram sua alma gêmea?

Tive alguns amores, um ou outro muito intenso. Alguns duraram anos, outros apenas meses e outros tive contato por dias, mas que foram inesquecíveis em minha vida e tenho certeza de que lembrarei deles nos meus últimos momentos.

Mas alma gêmea? Naaaao.

O que eu considero como alma gêmea? Aquela pessoa que eu terei certeza que será ela. O bofe para chamar de THE ONE. É ele. Independente de cor de cabelo, altura ou idade, vai ser o homem da minha vida. E que espero que dure mais do que uma temporada de verão.

Verdade. Eu sou uma moça romântica, no fundo da minha carapaça cascuda, feminista e independente.

Eu gosto de final feliz. Eu gosto de casais que vivem juntos durante décadas (desde que seja uma união feliz para os dois lados). Eu gosto de aconchego, de cumplicidade e de porto seguro.

Contudo, ainda não me veio essa tal alma gêmea até hoje. Até agora não deu aquele match, de ser correspondida a paixões e amores e vice versa.

E com 44 anos prestes a completar 45, quais são minhas chances? Tão grandes ou maiores quando era mais xófen, mais magra e inocente?

Eu questiono inclusive se todos os seres humanos estão predestinados a encontrar uma alma gêmea em vida. Será?

Em todos os filmes antigos e atuais, tem que ter um final onde a procura pelo the one acaba. Mesmo no seriado Sex and the City, que se prometia tão transgressor e ousado, acabou com suas protagonistas todas juntadas e não solteiras.

Agora soube que terá uma continuação , com algumas surpresas. E Talvez com a protagonista de volta a vida de solteira. Ou seja, o bofe da vida não era exatamente aquele.

Talvez seja isto, não? Não que eu esteja desacreditada no amor. Mas talvez por uma artimanha do destino, talvez eu não encontre a minha alma gêmea. Talvez encontre algumas boas almas pelo caminho que vão me amar e me divertir. E talvez esteja tudo bem com isso. A minha vida é boa e terá valido muito a pena.

Quando eu converso com pessoas da minha idade que me conhecem pela primeira vez, eles se espantam que eu nunca fui casada ou tentei formar uma família no passado. Geralmente para não dar razão a comentários e pensamentos maliciosos, eu simplesmente digo que sou muito independente e adoro viajar. É isso. Mas a verdade é que simplemente em minhas andanças pelo mundo ainda não encontrei o THE ONE. Simples assim. É tão difícil de captar?

As pessoas geralmente julgam ,achando que é uma sexualidade mal resolvida ou , para ficar melhor na fita e de uma forma mais glamourosa, como Greta Garbo, i just want to be alone. Elas imaginam que eu criei uma armadura e  me afasto de homens bonzinhos e que seriam certamente potenciais maridos para toda uma vida.

Não vou mentir que apareceram alguns na minha vida, não muitos, mas alguns. Mas eu não gostava assim tanto deles.

Apareceu um ou dois que gostei muito, e foi recíproco, mas eram demasiadamente problemáticos para seguir em frente.

Outros, eu gostei muito, mas eram os boys magia negra da minha vida. Não prestavam.

A questão é: o quanto estou disposta a aceitar o primeiro homem bonzinho potencial THE one para chamar de meu, mesmo que talvez não o seja?

Digo isso porque conheço muitas amigas, e sem julgamento, se casaram ou se juntaram não porque eles eram O THE ONE. Mas porque tinham saído feridas de um relacionamento prévio e precisavam desesperadamente de uma companhia. Ou porque estavam com 40 anos e queriam  formar uma família. Ou porque realmente viram:  está na hora de juntar com alguém e sossegar o rabo. A minha balada favorita fechou. Meus amigos estão todos casando. Tá na hora. E daí acontece.

Eu já passei por umas boas 3 rodadas de amigas que se casaram e eu sobrei.  Na época do colegial,na época da pós graduação, nos trinta anos. Tive as turminhas de amigas que se encontravam todo sábado, viajavam de final de ano,e pouco a pouco eu fiquei e elas foram casando.

Talvez eu esteja agora na 4 rodada de amigas Ainda todas solteiras, na faixa de seus 40 e poucos anos. As amigas casadas continuam minhas amigas, mas o contato é esporádico e pontual.

Sim, eu tenho um desejo de casar na igreja, se possível com meus pais vivos me acompanhando e certamente chorando (aleluia!) na cerimônia. Tenho um desejo de acordar com o mesmo cara todos os dias, viajar para vários destinos, fazer planos juntos.

Mas eu sempre tive .Não é maior agora e nem era antes. Sempre esteve lá.

Realmente não teve o match. E como não teve,não fiquei parada choramingando, porque não é da minha persona fazer isso. Eu vivo o hoje, e muito bem. Amigos, viagens, família, autoconhecimento, trabalho, vocação, amores . A vida continua e ela ainda pode ser plena mesmo que eu não tenha a tampa da frigideira.

Alías já abordei a questão de continuar com a busca pelo THE ONE ou se contentar com a melhor opção no momento em outros contos no meu blog.

Não que isso me impeça de viver. Mas é algo que gostaria de experienciar em minha vida. Eu gosto da minha tese. Talvez nem todos encontrem a alma gêmea. E daí você escolhe viver  e se completar de outras formas.  Estou vivendo a minha. Talvez eu seja a minha alma gêmea. Vamos ver daqui a 10 anos, quando lerei este conto novamente.

Abraços no coração . Se vocês encontrarem sua alma gêmea, sejam felizes. Se não encontraram ainda como eu, a busca é boa e vale a pena. E se ainda não encontramos, sejamos felizes do mesmo jeito.