
Sim, estou de volta.
Achei que em 2019 minha vida de baladeira já tinha se encerrado. Não tinha mais paciência para as músicas altas, para os boys desinteressantes que cruzavam meu caminho, para a dor na perna e o sono, o sono.
Isso porque nós, quarentões e quarentonas viemos de uma época que não era Nutella a vida de um baladeiro. Saíamos defumados de um Pub, porque fumávamos passivamente todos os cigarros alheios. Esperávamos horas para pagar nossa comanda. Não existia Uber (mas também nem Lei Seca) e nos arriscávamos na direção e no cansaço pós balada.
Agora? Podemos ir direto para a cama sem ter o cabelo cheirando a cigarro. Pagamos um cartão na entrada e na saída só alegria. Temos Uber para ir e voltar aos lugares . A cidade está sim mais perigosa. Mas não dá para negar que a vida do baladeiro ficou muito mais fácil.
Durante a pandemia, eu vi como fazia falta para mim flanar por lugares , ver gente nova e escutar música. Comer um petisco gostoso, mesmo superfaturado, porque o pessoal da balada tem que lucrar, não é mesmo? Cantar aquela música dos anos 80 que você achava que só você gostava e de repente vem uma horda de desconhecidos que vira seus melhores amigos. Outro dia fui num pub em São Paulo , começou a tocar Take on Me, do A-Ha. Uma horda de quarentonas, xóvens, millenials e Geração Z fez coro. Uma maravilha.
Foram 2 anos de completa reclusão desta solteira. Sem barzinhos, sem balada, sem viagens de paquera.
Agora, com o povo vacinado, o Covid ainda é uma ameaça, mas menor. Dá para sair e depois tomar os devidos cuidados com o pessoal de comorbidade, e de idade, como meus pais. A vida tem que continuar.
Fui numa baladinha, num Pub que ia há 15 anos atrás e ainda bem que aguentou a pandemia e não fechou a porta como tantos outros.
O lugar deu uma pequena reformada, para ter menos muvuca. Comi a mesma comida, tomei os mesmos chopps e cantei as mesmas músicas de 15 anos atrás. Ouvi as mesmas cantadas de alguns carinhas. E nunca me senti tão viva .
Eu sei que soa como uma tremenda futilidade dar uma atenção exagerada a uma coisinha como essa. Talvez para os casados seja algo fútil mesmo. Para nós, solteiros, é algo vital.
Eu não sou adepta dos aplicativos de paquera. Tenho instalado o Tinder, Happn, mas não creio muito neles. Sou mais do contato real, cara a cara.
Também acho que grupo de whatsapp é divertido, mas se não tiver o presencial com uma certa frequência, fica tão superficial quanto uma série do NetFlix.
Semana passada, fui rápido num aniversario de uma conhecida.
Acho bacana como os locais noturnos estão se adaptando para tentar atrair o publico de volta e oferecer um pouco mais de conforto e segurança.
Para a baladeira semi aposentada aqui, todos tem lugares para sentar (com a Graça de Deus!), tem comanda pré paga para evitar as filas antes insuportáveis para sair, tem ambiente ao ar livre para os vírus se dispersarem.
Em outro post eu vou falar sobre as dores e delícias de paquerar, principalmente em viagens, mas aqui eu quero deixar registrado: A BALADEIRA VOLTOU. Nem que seja para voltar até meia noite (depois eu já fico estragadinha no dia seguinte) e beber no máximo 2 unidades alcoolicas. Bjo no coração. Aqui é curintia.