Ultimamente, como tenho dito não a muita coisa e muita gente! Como é bom!

Eu sempre fui dessas pessoas que gosta de agradar o próximo. Talvez porque eu sou uma boa alma. Ou talvez também porque eu tenha baixa auto estima e queira agradar a todos? Talvez.

A questão é que desde cedo minha mãe me ensinou a ser delicada e gentil com outras pessoas.

Para o bem e para o mal, vesti a carapuça de menina boazinha e boa gente. E está tudo bem.

Quer dizer, até agora.

Eu adoro as pessoas. Eu confio em gente, até que me provem o contrário.

Na minha trajetória como menina bonzinha (mas não sonsa) encontrei muita gente que ia pelo lado maldoso. Ou de tentar se aproveitar da menina bonzinha. Coisas da vida e da humanidade. Nem todo mundo é bom.

Até os meus quarenta e pouco anos, enquanto estava me descobrindo e coletando minhas experiências, eu disse muito sim a coisas que não queria.

A um aniversário com gente chata e fofoqueira do mal. A um jantar com amiga que só queria falar dos problemas dela (um ok, mas vários??) e na hora de contar os meus problemas, era inóspita. A um encontro com amigo que só queria sugar e não compartilhar sentimentos. A um trabalho que não queria fazer e não era de minha alçada. A uma escolha de viagem que não era o que realmente queria fazer. A vários aniversários de crianças de outros.

Comecei a minha política de dizer não há alguns anos atrás, quando fechei minha empresa com minha família e abri meu próprio negócio. Não para clientes sem noção, Não para amigos folgados que queriam só uma sugestãozinha, não para ex parceiros de negócios que queriam que eu fosse até o fim do mundo para um café para eu dar pitaco nos negócios deles.

Com a consequente doença de meu pai e o falecimento dele, nesses últimos 6 meses foi um festival de nãos: a festinhas indesejadas, a encontros com pessoas tóxicas, a eventos presenciais que iam me prender demais.

Continuando: não a atender telefonemas de blablablas desnecessários, não a conversas fiadas irritantes, não a crushes inúteis.

Como é bom isso! Como não segui esses nãos antes???

Precisei de 40 anos, a morte de meu querido pai, para quebrar a barreira de dizer não.

E mesmo assim, continuo sendo uma boa gente do caralho.

Tomara que vocês não precisem chegar a isso para dizer não. Mas em todo caso, vale a pena.

Minha lista de nãos continuará: não a evitar comentários negativos sobre um certo hospital Albert Einstein que apesar de conceituado, praticamente matou meu pai e continua na cara de pau mandando faturas até hoje.

Não a contato com pessoas oportunistas. Não apenas de dinheiro, mas de sentimentos. Tem gente que se alimenta de nossa desgraça.

Não a aceitar comentários maldosos ou ser boazinha com gente que não merece. Deu, vai receber de volta. Sempre tive gente na minha família que disse que eu precisava de um filho para ser mais feliz. Mandei ela enfiar o filho no rabo dela. Desse jeito.

Não a deixar de viajar porque vão achar que eu só viajo e não me importo com o luto de meu pai . Ninguém sabe o que passamos. Quem julga é mais um que vai para o saco.

Esses últimos meses foram um turbilhão de emoções na minha vida. Revolta, ódio, muita tristeza. Mas também muito crescimento. Me lembrou o conto que fiz no blog “O que não te mata , te fortalece”.

O QUE NÃO NOS MATA, NOS FORTALECE

Nele, digo que os períodos mais difíceis de minha vida foram o que me trouxeram mais conhecimento, mais sabedoria e mais mudanças. Daquelas que olho para trás e pergunto porque não fiz isso antes.

Ta aí. Mais uma pra conta. Não às coisas que não me fazem bem. Tudo para o que me traz felicidade. A vida pode ser bela, e é aqui e agora. Beijo no coração de vocês.