Semana passada, fui fazer uns exames médicos de rotina e lá me botam a maledeta pulseirinha de hospital (meu nome completo, e minha idade EXATA… 41 anos e 11 meses). Caraio véio. Que dureza, heim.
Eu pensei que depois dos 40, não ia me importar mais com a chegada de mais um ano. Mentira. A gente se importa sim. Claro que pago de empoderada nas redes sociais e que somos seres superiores ao medo de envelhecer, mas que nada, mané. Ao olhar essa pulseirinha me dá uma angústia, umas crises que as quarentas vão me entender.
Primeiro vem o efeito instantâneo: estou me sentindo mais velha sim. Outro dia bebi 2 drinques e foram suficientes para uma ressaca dos infernos no dia seguinte. Tudo porque cometi o pecado que nóis quarentas não podemos cometer: misturar bebidas alcoólicas. E juro que foram apenas 2 drinques mesmo. Anteontem? Descobri o meu terceiro cabelo branco. Durante 5 anos sempre tive 1 ou 2 fios de estimação, daqueles que ficam no mesmo lugar, mas esse terceiro filho da mão veio bem no começo da testa. Coisas que nunca fiz e agora farei aos 40: pesquisar tinturas de cabelo.
No feriado? Torci meu pé jogando uma partida de basquete com o instrutor do hotel fazenda onde estava hospedada. Fui tirar uma Tomografia: lesão e fratura em vários ossinhos. Não, eu não estava jogando contra um mano de 2 metros de altura. Simplesmente fui pegar uma bola e caí de mau jeito por causa de um tênis ruim Adidas (lindo e ordinário, mas para saídas ao shopping, não para praticar esportes). Se fosse nos meus tenros 20 e 30 anos? Não teria acontecido nada.
E daí vem essa maldita pulseirinha. GRITANDO que tenho apenas 1 mês para completar 42 anos.
A gente começa a encucar também se não estamos levando uma vida medíocre e que ainda não tickamos nem um terço de nossa lista de desejos antes de morrer. Que eu deveria finalmente fazer o meu sabático, aprender a tocar algum instrumento musical (o violão continua mofando lá em casa) e terminar de escrever aquele livro interminável.
E começa a vir um medo que era mais figurativo, e de repente não é tão distante assim: a nossa finitude. De contar quantos anos e quantas décadas ainda tenho de plena saúde e bem estar.
Neste fatídico feriado onde torci o pé, também fui confundida várias vezes como a mãe de meus sobrinhos. Na minha cabeça, me sinto como a irmã mais velha deles e poderia ser confundida como tal. #SQN. Meus sobrinhos já´disseram que vão produzir uma camiseta com os dizeres “ela não é nossa mãe”.
Fazer o quê. Tem gente que tem a síndrome de “inferno astral” antes do aniversário. Eu tenho o “mimimi da idade astral”, me julguem. Mas daí faço um aniversário memorável, carregado de risadas, amigos, familiares e champa, porque não, e daí meu coração sossega até o próximo ano.
Agora que escrevi tudo isso, que coisa meio besta de se ler e compartilhar, né? Mas faz parte da gente.
Como diz minha amiga: “Envelhecer é uma M… mas a alternativa é pior”.
Então que venham vários extintores de incêndio para apagar as velinhas dos nossos bolos!
“Envelhecer é uma M… mas a alternativa é pior” kkkkkkkkk perfeito!
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