Fazia uns bons 3 meses que não passava um sábado inteiro em casa. Verdade: não sosseguei o rabo. Viajei muito, e sempre tinha algum compromisso. E é engraçado como ainda vejo o sábado em casa como tempo desperdiçado e sensação de fracasso ou solidão.

Eu ainda tinha a opção de sair para um aniversário de amigo de amigo, mas…a pilha precisava de recarga. E ainda tava aquela chuvinha boa de noite…

Uma das delícias de morar sozinha é justamente decidir o que você vai fazer com seu final de semana. No fds passado, decidi de última hora aproveitar uma promoção de uma pousada no Litoral Norte. Este, eu queria mesmo era MORGAR em casa. Ver umas revistas velhas, ficar assistindo clipe de música dos anos 80 (tem hits que eu não conto para ninguém), ler pela quinta vez um trecho divertido de um livro.

Vesti meu pijama que tem poder maior de anticoncepcional que um Croc´s, acendi uma vela que defumou meu apartamento por completo de essência barata de baunilha, abri a extensão do meu sofá, e comecei a fuçar no Netflix para ver o que tinha de opção. Desisti, porque a última série que vi me deixou puta (daquelas que você assiste o primeiro capítulo e ama, assiste os próximos porque já viciou e quando acaba de assistir os 10 episódios, viu que a série foi uma bosta e uma completa perda de tempo).

No final, reli todas as minhas agendas pessoais e meus diários de viagem de 2010 a 2018 (sim, sou dessas que escreve tudo no caderninho. Para não parecer tão tia, eu escrevo num Moleskine, que é descolado. Mas é caderninho do mesmo jeito). Me rolei de rir, fiquei  emocionada lembrando de algumas passagens marcantes na minha vida, fiquei tristinha com algumas datas.

Para me acompanhar, uma garrafa inteira de um espumante que trouxe de viagem, vários chocolatinhos italianos e um queijinho milionário recém-comprado no Eataly.

Embalada pelo espumante, revi 2 filmes que adoro, e um deles devo ter assistido já umas 10 vezes, espiando pela rede que montei na varanda. E como toda delicia de morar sozinha, decidi que ia ser lá mesmo que ia dormir. Claro que escovei os dentes antes, sou limpinha, viu?

Acordei só no dia seguinte, com o sol batendo na minha cara e feliz da vida.  Por mais sábados como este!

(PS: teve mensagem de boy magia negra no meio da noite pedindo para me encontrar. Nem a pau Juvenal! Não divido meu pijama anticoncepcional e meus queijos milionários com ninguém)