Numa super promoção de passagens aéreas pela Latam na Black Friday no ano passado, peguei uma passagem baratinha para Florianópolis. Uma viagem aleatória. Nunca fui, nunca me interessei, e sempre foi uma cidade apenas de passagem para outros destinos mais turísticos como a Praia do Rosa, Garopaba e Bombinhas.
Datas definidas, decidi ficar mesmo na cidade de Florianópolis e ver o que essa cidade tem de bom.
Li vários artigos, vi vários blogs (e darei minha resenha sobre eles) e agora em novembro, fui de mala de bordo e cuia para lá.
Já Adianto: adorei de paixão. Demais.
Fui numa sexta de manhã e voltei numa segunda à noite. 4 dias quase que inteiros, suficientes para ter uma idéia da parte sul e central da ilha, mas para deixar com muita vontade de voltar e até morar lá.
Na sexta feira, debaixo de uma madrugada chuvosa e fria em São Paulo (meu vôo era as 06 da manha), cheguei em Floripa às 07 da manhã. Uma boa surpresa: o aeroporto internacional Hercilio Luz é incrível, moderno, sofisticado sem ser pomposo, cheio de lojas e cafés bacanas e sem ser milionário como os de São Paulo (até o Starbucks tem preço menor!). Lá inclusive tem um supermercado muito bacana (o Imperatriz) que mesmo como toda sua chiqueza gourmetizada, tem preços justos e até melhores do que os supermercados caídos e velhos da Lagoa da Conceição.
O Uber chegou em meia hora na minha pousada, o Vintage Apartments, numa rua tranquila encostada na Lagoa da Conceição. Limpinha, bom preço, proprietários muito gentis. O meu quarto ficava pronto só às 14 hs, então deixei minha mala e saí para tomar um café da manhã (adoro cafés da manhã em viagens!). Tomei um cappuccino digno e um misto na cafeteria Rocambole, com preços justos e a 3 quadras da pousada. Adorei a localização, pois fica numa rua tranquila e a poucos passos da avenida principal da Lagoa, que tem muitos cafés, lojinhas, burburinho e restaurantes baratex, e os supermercados caídos (e caros).

Sobre a Lagoa da Conceição: um lugar agradável para ficar, se você não se incomoda com a horda de xóvens lotando os finais de semana. Tive uma informação triste do meu Uber da ida, um acidente com esgoto que poluiu toda a lagoa no ano passado e com efeitos ambientais por muitos anos. Não foi a impressão que tive.
Passeando pela Orla da Lagoa de dia, de noite ou de tarde, você encontra vários pescadores simpáticos com suas redes pescando camarões, siris e peixes. Há famílias que vão de cadeira e guarda sol, e os pontos de stand up continuam firmes e fortes. Na Avenida das Rendeiras, os vários restaurantes continuam anunciando suas sequências de camarão, e a vida continua.

No primeiro dia, andando pela Orla, dei de cara com as Dunas da Conceição, que são tão imponentes quanto da Joaquina, e o Jefferson, muito simpático, fornece equipamentos para SandBoard.
Me recomendou um passeio que o pessoal da pousada já tinha falado, um barquinho local que sai do cais para a Costa da Lagoa. Durante a semana ele sai de hora em hora, e custa 25 reais ida e volta. O passeio lembra um pouco o Delta do Tigre, na Argentina, com famílias vivendo à beira da Lagoa e acesso quase que por barco. Chegando no ponto 16, tem vários restaurantes, e o dono de um, muito simpático, sugeriu que fôssemos até a cachoeira . Eu lá não sou muito fã de trilhas, mas esta era facinha e dava acesso a uma cachoeira linda.

Aliás, um ponto positivo que tenho que ressaltar sobre Floripa é sobre a hospitalidade dos manezinhos (o pessoal local). Muito solícitos, educados, e sem aquela chantagem de comprar tudo com eles, nos dão dicas, nos aconselham, sem exigir que compremos na loja deles . Mas fiz questão de comer meu primeiro de muitos pasteis de camarão lá, e tomar uma cervejinha esperando o próximo barco.
De volta à Lagoa, peguei um ônibus até a Barra da Lagoa, uma das melhores praias de Florianópolis.
Aliás, aqui vale um conselho: para se locomover em Floripa, é bom alugar um carro. As distâncias entre os bairros são grandes e o Uber acaba pesando na viagem. Se você optar por ficar só na região norte ou sul onde está hospedada, ok, as corridas saem em torno de 10, 15 reais. Se deslocar para bairros mais afastados custam de 40 a 60 reais cada perna. Ex: se você ficar na parte Norte, tem Praia dos Ingleses, Santinho, Jurerê Internacional. São praias mais urbanas .
Eu fiquei hospedada na Lagoa da Conceição e fui apenas para as praias do sul: Joaquina, Mole, Barra da Lagoa, Costa da Lagoa e Ilha do Campeche. Daí fiz tudo de uber ou de ônibus, que me levou inclusive para o Centro (tem uma baldeação no Terminal Trindade).
Sobre as praias: Joaquina é linda. Mar cristalino, verde, muitos restaurantes e quadras de beach tennis numa ponta, e no resto praticamente deserta. Tem as dunas, tem o costão com pedras para tirar fotos (alías, foi difícil tirar foto de paisagem com tanta gente se selfiando).

A Praia Mole é mais selvagem, deserta, mas tem uma infra para tomar um açaí ou um suco. E é linda , com seus Costões, suas trilhas.
O mar sempre agitado e arredio. E frio. Mas acostuma-se. Muito limpo e lindo.
Já a Barra da Lagoa foi meu local preferido. Tem infra mas não machuca a paisagem, tem Projeto Tamar com 5 tartarugas , tem mar para entrar e para pegar surf sem stress.

E no caminho, tem um mirante bacana com café simpático e uma loja muito boa de Cristais. E a simpatia do pessoal.
Fui também para a Ilha do Campeche, mas isso merece um outro post. Vale a pena.
Fui para o Mercado Público, e valeu a pena por ostras incrivelmente saborosas, frescas e enormes no Box32.
Em suma, Florianópolis tem tudo para férias perfeitas: praias boas e com água limpa (mas fria, fazer o que), gente simpática e educada, muita comida e lifestyle saudável, preços justos. A galera é chegada numa chia, açaí e sucos. E principalmente, para nós Paulistas e Cariocas: uma tranquilidade e segurança que não temos mais em nossas cidades. Andei de noite , de dia, sem medo. Isso é uma benção para quem vive acostumada a notícia de assaltos em todos os bairros de sua cidade.

Voltei com gostinho de quero mais. Quem sabe um dia até para morar.
Talvez Floripa não tenha o fervo cultural e os restaurantes de São Paulo. Mas tem muitos outros encantos para compensar. E entendo porque vi tanta gente da França, de São Paulo, de Porto Alegre que foram passar uma temporada e ficaram por lá.