
Já aviso: Não decepciona. Vai com fé.
Aqui não é um report completo sobre a Praia do Rosa, pessoal. Existem posts na Internet muito completos e atualizados que dá dicas dos melhores hotéis, passeios e restaurantes.
Eu vou ser sincerona e vou falar aqui sobre o que queremos fazer mas não dizemos na real: queremos paquerar. Queremos ver e ser vistas. Queremos olhares, queremos flertes, queremos boys magia.
Faz uns bons 2 anos desde que a pandemia começou que eu nunca mais fui em baladinha e rolê. No máximo um restaurante clandestino (com meus pais ainda) mas a verdade é que eu fui bem cautelosa com essa pandemia toda.
Munida de 2 doses de vacina e com a convicção de não ver meus pais por 10 dias após a viagem, decidi com minhas amigas por um Reveillon com foco: ver boys. Ver moços.
Em um final de noite chuvoso e gostoso, tomamos vinho, espumante e comemos panetone, enquanto víamos as opções de viagem. Já descartamos Cancun pelos preços estratosféricos e certa violência dos cartéis lá. Focamos em Jericoacora, mas as passagens estavam tão milionárias quanto. Daí sugeri a Praia do Rosa.
A Praia do Rosa fica em Imbituba , Santa Catarina, no Sul do país, a cerca de 1 hora de carro de Florianópolis.
Já passei réveillon lá em 2008, 2009, 2017 e todos muito bons. Sempre com historias de flertes para contar.
O que tem lá de bom? Boys. Homens. Mocinhos.
Bem, tem uma praia muito bonita. Mas a correnteza é forte, a água é gelada! Não tem infra como no Rio de Janeiro. Chuveirinho de água doce só no hotel. Lá não é dos destinos mais baratos, mas também não é milionário como Fernando de Noronha.
Restaurantes também são limitados. Existem alguns razoáveis, como o Lola, onde fomos mais de 2 noites, mas na maioria são os triviais hamburguinhos, pizzas e crepes.
Comprinhas são restritas a algumas boutiques locais charmosas, mas bem esparsas.
O que resta então? Mocinhos.
Claro que não foi só isso. Mas teve muitos mocinhos.
Reservamos com 3 meses de antecedência e as tias ansiosas aqui venceram. Porque os preços duplicaram nas últimas semanas e quem deixou para a última hora pagou muito mais caro.
Ficamos numa pousada de excelente custo benefício, a Morada do Rosa. Tinha hidro (agendada), tinha piscina, tinha café da manhã com pão de queijo e doce de leite, tinha os donos (argentinos mas muito amistosos), tinha a gatinha Liza que virou nossa amiga, e tinha uma Kombi que fazia transfer da pousada até a praia (nossas panturrilha agradeceram mas nossa pança não).
Fomos num esquema low budget minha amiga e eu: a ida de busão e a volta de avião. Economizamos bem uns 800 reais nisso.
Fomos pela viação Catarinense, 12 horas de viagem e dormimos o tempo todo , com a luz do sol batendo na nossa cara e o motorista gritando a parada da praia do rosa.
De leito, é incrível. Parece que entramos numa das capsulas do Cocoon.
Porque acordamos na Praia do Rosa cercada de xóvens. Muitos xóvens.
Eu não me lembrava que a Praia do Rosa era reduto de xóvens . Até porque eu era uma em 2008.
O pessoal de lá nasceu nesta data. Muitos xóvens. E quando eu digo xóvens, não são os millenials, é geração Z mesmo.
O que fizemos? Colocamos um cropped, uma minissaia , e lotamos nossa fala com “meu, tá ligado?” e “é sobre isso” e nos embrenhamos nas turmas de xóvens.
Uma das melhores dicas que posso dar aqui do Reveillon da Praia do Rosa é: abram a mão e fechem uma festa. Se puder, fechem a Virada Mágica. É a festa mais tradicional de lá e você vai morrer com 1400 reais de ingresso. E ainda ser zombada pelos locais que provavelmente conseguiram algum esquema e deixaram a conta para os paulistas pagarem.
Eu já passei o Reveillon de lá na areia mesmo de graça, e não valeu a pena. Em 2017 já era uma muvuca, levaram meu celular (o que me levou a crer que passar na virada mágica seria mais barato) e muita gente louca na areia. Lembro que fomos embora as 1 e meia da manhã.
Agora em 2021, parece que triplicou o numero de pessoas lá. Todos os paulistas, cariocas, sulistas que não quiseram esvaziar seus bolsos com los amigos ou no Tio Sam ou Trancoso e Noronha e vieram para cá em busca dos mocinhos gaúchos ou das aspirantes a Gisele Bundchen.
A Rua principal de lá ficou um fervo de gente à noite que não dava para caminhar. Imagina a praia no Ano Novo. Minha amiga não quis pagar o valor da festa e foi passar na praia a virada. Ficou 20 minutos e voltou pro hotel.
A festa é boa , acreditem. Open bar de qualidade a noite inteira (5 da manhã estávamos nós la pedindo a saideira), e o melhor: COMIDA (achou que eu ia dizer mocinhos né). Impressionante. O tempo todo, com variedade.
Ah, tinha mocinhos também. Mas a grande maioria de paulistas que invadiram o sul. Mas todo mundo animado, simpático, e nada de barraco, afinal ninguém quer ser expulso de uma festa que pagou 1500 a 3000 reais para estar lá.
Eu brinco com essa coisa de mocinhos, mas tem uma coisa que experienciei lá que não vejo mais aqui em São Paulo, nem no Rio. Ou to indo nos lugares errados.
Lá, desde o primeiro dia, seja nas ruas, nas festas de Sunset ou na praia, o flerte corre solto. Recebi olhares que olha, faz tempo que não recebo.
Quando vou nos barzinhos aqui na Vila Madalena , a gente se produz, pede uma bebidinha, olha o entorno…. e fica papeando entre o grupo. Não tem olhares, não tem flerte, não tem papo furado. Não tem solteiros, para falar a verdade.
Daí, depois de 2 anos de pandemia, a gente se renova com isso. Perdoa a precariedade do lugar (damos um desconto, afinal a Praia do Rosa, fora carnaval e ano novo, é uma tranquilidade só nas demais épocas do ano), a falta de água (teve gente que ficou sem agua 2 dias inteiros – imagino onde tomaram banho) e a falta de energia (faltou luz bem no final da tarde no dia da virada. Imagine a mulherada gritando que não tinha luz para se maquiar).
Este ano, atipicamente, não choveu quase nada nos 9 dias que ficamos, mas se preparem porque é um sol de rachar o coco e chuva chata de noite para estragar a chapinha. Ao contrario do nordeste, que tem brisa o tempo todo, o calor no sul é uma estufa.
Mas tudo é perdoado porque lá os xóvens estão a fim de paquerar, e olha, as tias ansiosas aqui se deram bem. Sob nosso disfarce de cropped e óculos escuros Dior e Prada, entonamos as musiquinhas do momento e entrarmos na galera.
Depois de passar o Reveillon em Noronha só fazendo carão e no máximo uma bituquinha nos tubarões e tartarugas de lá (ok que estávamos em plena pandemia) e 2 Reveillons em Miami invadindo festas caídas que acabavam à 1 da manhã, não existe Reveillon como o Brasil e principalmente na Praia do Rosa.