FICAR COM O HOMEM DOS SEUS SONHOS OU A MELHOR OPÇÃO?

LOOK FOR YOUR TRUE SOULMATE OR YOUR BEST OPTION? TEXT IN ENGLISH IN THE END

Neste final de semana, entre várias taças de vinho, tive uma discussão acalorada (mas cheia de afeto etílico) com algumas mulheres. A maioria delas, casada ou divorciada. Todas, sem exceção, me bombardearam com perguntas de porquê que eu nunca casei até hoje.

A primeira reação que eu costumava ter era metralhar (pelo menos com os olhos) quem fizesse esse tipo de julgamento, mas lá o clima era de pura camaradagem. Elas não estavam me criticando ou mesmo me julgando, apenas surpresas porque uma moça bonita, xóvem, bem sucedida e alegre como eu ainda não tinha encontrado a cara metade.

Bem, para encontrar essa resposta, pedimos mais algumas garrafas de vinho e perguntei sobre como elas tinham encontrado o parceiro delas.

A maioria casou não exatamente com o príncipe dos sonhos, mas sim com um cara legal, a principio fiel, com situação financeira estável e que tinha potencial para ser um bom pai. Daí tem as variáveis: boy magia, bom moço, cara rico, indicado por amigos de confiança. A maioria continua casada, e são felizes com o matrimônio, não se arrependeram, e estão dignas do rumo que sua vida tomou.

Daí vem a questão: devemos seguir na procura do homem dos nossos sonhos ou já juntar os trapinhos com aquele que tem as características de um bom parceiro? Ou da melhor opção no momento de desespero?

Eu lembro na minha adolescência de sonhar com o príncipe encantado, que me faria sentir borboletas no estômago, onde meu coração palpitasse toda vez que o veria.

Pela minha vida até agora passaram alguns boys. Não muitos, mas vários. Não deu aquele match. Os boys que me fizeram tremer as pernas ou estavam em outro momento da vida ou eram boys lixo mesmo. Ou moravam em outra parte do mundo onde eu não estava disposta a mudar.

Teve também vários boy que eu abdiquei. Fui fria, deixei de responder ligações, dei perdido mesmo. Alguns deles eram lixo, outros eram muito bacanas. Tinham todos os predicados  para serem o homem com quem eu me relacionaria até o fim da minha vida. Inteligentes, estáveis emocionalmente e financeiramente, bacanas. Mas não davam aquele frio na barriga.

E sigo na minha trajetória de solteirona, em plenos 42 (quase 43 anos).

Acho que há também um divisor de águas quando você decide não ter filhos.

Quando você quer ter filhos, há um prazo. O seu relógio biológico te dá uma data: tu tens que arranjar o bofe para chamar de seu até seus 43, 45 anos. Vira uma escolha mais racional do que emocional. Lógico que tenho inúmeras amigas que sim, casaram com os boys dos seus sonhos e estão apaixonadas até hoje. Mas tenho várias que casaram com a melhor opção que tinham na época.

Deixo claro que não é uma crítica e não julgo quem casou com a melhor opção que tinha. Toda mona tem que procurar sua felicidade. A de muitas monas, talvez a maioria, tem que incluir o bofe para chamar de seu. Uma amiga me explicou: bofe dos sonhos dura talvez 1, 2 anos. A melhor opção de bofe, se bem escolhida, dura para sempre. Verdade. Paixão acaba. Amor e cumplicidade não. A maioria das amigas que casaram com a melhor opção estão bem casadas até hoje. São pessoas do bem, e estão felizes.

Daí vem a chuva de comentários das casadas, que podem não ser maldosos, mas como uma precaução para mim.

“escolhe muito e  é escolhida. Suas opções diminuem com a idade. Você não tem mais 20 anos. Quando você ficar velha, vai ver como faz falta um cara bacana para estar junto de ti”.

Outra coisa que ganhei com meus 40 anos: um pouco de sabedoria para distinguir o que é veneno e o que pode ser genuíno da pessoa. Minha cunhada casou com 28 anos, e diz que todas suas sobrinhas de 18 e poucos anos já estão sendo “encaminhadas” para encontrar um parceiro e formar família. Com frequência, ela me aconselha a juntar de vez com um bofe que seja legal para mim. No  começo me dava raiva. Mas agora entendo o contexto. Temos educação de berço parecida, somos filhas de pais zelosos e conservadores. Mas o espírito… Ai, espírito danado esse!

Para muitas mulheres, talvez a maioria, é anormal ficar sozinha. É natural procurar um parceiro de vida. É natural ter filhos, formar família.

Fazendo uma comparação bem tosca, é como se você estivesse num aeroporto, e 3 horas antes do vôo, tem que escolher entre as 5 opções de restaurante que tem lá. Mas o meu vôo está atrasado, ou não tem destino. Prefiro passar fome. Talvez encontre o meu restaurante preferido, talvez eu volte mais tarde para uma das 5 opções e elas já estejam fechadas. Ok. É a minha escolha.

A maioria que decidiu por uma das 5 opções já estão devidamente alimentadas. Algumas satisfeitas, outras talvez nem tanto. Talvez o segredo esteja em aceitar sua decisão e compreender a do outro. Deixou de comer? Vai passar fome? Vai sobreviver. Não é criticando a decisão do outro que você justifica a sua. Apenas abrace sua decisão e vive sua vida, da melhor forma, meninas.

Se tiver que questionar, faça-o com carinho e sem julgamento. Se não tiver motivo, apenas apoie. Beijo no coração.

TEXT IN ENGLISH

LOOK FOR YOUR TRUE SOULMATE OR YOUR BEST OPTION?

Last weekend, between several glasses of wine, I had a heated talk (but full of affection) with some women. Most of them married or divorced. All of them, without exception, bombarded me with questions of why I’ve never married until now.

The first reaction I used to have was pointing blank with a mad expression towards who made this kind of judgment, but the atmosphere there was pure fraternity and kindness. They were not criticizing me or even judging me, just shocked how come a beautiful, successful, joyful girl like me had not yet found the ONE.

Well, to look for that answer, we ordered some more bottles of wine and I asked them how they had found their partners.

Most of the girls didn´t exactly married the dream prince charming , but rather to a nice guy, a faithful person, with a stable financial situation, and who had the potential to be a good father. And it has the sort of lists: boy magia (handsome), good boy, rich guy, nominated  by trustful friends. Most are still married, and are happy with their marriage, and no regrets at all.

And here comes the question: should we continue to search for the man of our dreams or join the clashes with the one who has the characteristics of a good partner? Or the best option in a moment of despair?

I remember in my teens dreaming of the Prince Charming, who would make me feel butterflies in my stomach where my heart would beat fast every time I would see him. In my life so far some boys have passed. Not many, but some. The magical match? Didn’t happen so far. The boys that made me trembling my legs or were at another time of life or they were really stupid. Or they lived in another part of the world where I was not willing to change. There were also several boy that I abdicated. I was cold, I stopped answering calls, I was the bitch. Some of them were trash, others were actually nice guys. They had all the predicates to be the man I would relate to until the end of my life. Smart, stable emotionally and financially, really nice guys. But no butterflies on my stomach. And I continue in my spinster road,  at 42 (pushing 43…) I think there is also a strong division  when you decide not to have children. When you want to have children, there is a deadline. Your biological clock gives you a limited time: you have to get the ONE to call your own until your 43, 45 years. It becomes more of  brainy choice than an emotional one. Of course I have countless friends who have married the boys of their dreams and are still in love. But I have several who married the best option they had at the time. I make it clear that it is not a criticism and I do not judge who married the best option they had. Every woman has to seek her own happiness. Most of them, has to include the man to call their own. A friend of mine explained to me: dream and passionate guys lasts maybe 1, 2 years. The best choice of the ONE, if well done, lasts forever. Truth. Passion lasts so so. Love and partnership can last forever.  Most of my friends who married the best option are well-married to this day. They are good people, and they are happy.

I have to tell  also the huge amount of comments from married women, who may not be evil, but as a precaution to me. “you choose a lot and one day, there will be nothing to chose. So you are chosen. Your options decrease with age. You’re not 20 anymore. When you get old, you will trully miss a nice guy to be with you. ”

I take a deep breath. Before slapping their faces, lets understand the context!

Another thing I’ve gained in my 40s: a little wisdom to distinguish what is evil and what can be genuine from the person. My sister-in-law married at 26, and says that all of her 18-something nieces are already being in route  to find a partner and form a family. Often, she advises me to marry a partner .At first it made me angry. But now I understand the context. We have a similar education, we are the daughters of zealous and conservative parents. But the spirit … Ah, damn human spirit! Specially mine.

For many women, perhaps mostly of them, it is not normal to be alone by choice. It is natural to seek a life partner. It is natural to have children, to form a family.

Making a childish comparison, it’s like you’re at an airport, and 3 hours before the flight, you have to choose from the 5 restaurant options you have there. But my flight is late, or has no destination yet. I’d rather be hungry. Maybe I will find my favorite restaurant, maybe I’ll come back later for one of the 5 options and they’re already closed. Okay. That’s my choice.

 

Most who have decided on one of the 5 options are already fed properly. Some satisfied, some perhaps not so much. Perhaps the secret lies in accepting your decision and understanding the decision of the other. Did you stop eating? Are you going to starve?We  will survive anyway. It is not criticizing the decision of the other that you justify yours. Just embrace your decision and live your life, the best way, girls.

If you want to give an advice, true from your heart, do it with care and without judgment. If you have no reason, just support  women!